quinta-feira, 30 de julho de 2009

Dia de Isis(Aset)


Hoje é um dia dedicado a Grande Isis, em tempos antigos, desde o dia 27 os egipcios estariam em festa por 5 dias, dias estes consagrados as divindades egipcias, e o ponto culminante se dava em 01 de Agosto, ou seja o Ano Novo Egipcio!

Sabe-se que eles tinham um calendario lunar, e estes dias variavam em função da Lua, mas quando analisado sob nosso calendario Solar, os dias seriam esses, não existe também uma diferença tão grande assim.

Na Umbanda, há quem diga que Isis é um trono do Amor, uma Oxum, eu particularmente, acho que para os egipcios ela deveria ser uma Iemanjá, pois ela assumia tantas funções, que a de Senhora do Amor era um entre tantos. Pois inúmeros eram os misterios ligados a ela, e hoje o que sabemos é uma fração desse conhecimento.
Quando a civilização grega a adotou-a, sim era exclusivamente Senhora do Amor, junto com Afrodite, mas como me disse um sábio espirito que trabalha na linha do Oriente, quando lhe fiz essa pergunta ,respondeu:
- Ela era vista como a Grande deusa! Mas que hoje estaria em trono do Amor!
E por amor que tenho por essa Divina Senhora, Sagrada Divindade exteriorizada pelo meu Pai Criador, amo-a e sei que trago vivo esse amor de vidas passadas, hoje dia 30, lhe presto uma homenagem.
As antigas religiões podem estar desativadas no plano material, mas estão muito ativas no plano espiritual, e continuam ligadas aos seu filhos, e claramente podemos ver isso na nossa Umbanda.
Na Umbanda, a linha dos Egipcios é chefiada por Pai Inhoarai, que nos traz esses espiritos de sacerdotes, sacerdotisas, magos e curandeiros, para nos auxiliar.
Prece para Despertar de Isis, oferende um incenso de rosas ou sândalo, uma flor, ou melhor..um coração puro...!

Nehes, nehes, nehes,
Nehes em hotep
Nehes em Neferu
Nebet Hotepet
Weben em hotep
Weben em Neferu
Nutjert en Ankh
Nefer em pet
Pet em hotep
Ta em hotep
Sat Nut, Sat Geb, Merit Ausar.
Nutjert Asha renu
Anek harak,
Anek Harak
Tu a Atu! Tu a Atu!
Nebet Aset!
Anuk Dua Pa'a Nebet Aset!
Tradução....

Despertai, despertai, despertai,
Despertai em paz
Senhora da paz
Levantai em paz
Levantai em beleza
Deusa da Vida
Bela no Paraíso
O céu está em paz
A Terra está em paz
Oh Deusa
Filha de Nut
Filha de Geb
Amada de Osiris,
Deusa rica em nomes!
Todo louvor a Vós
Todo louvor a Vós
Eu vos louvo
Eu vos louvo
Senhora Isis

Oferenda a Linha Egipcia pela Umbanda:

Traçar com pemba branca um circulo, e dentro uma estrela de 5 pontas.Colocar 5 velas no circulo em cada ponta e 1 no meio. Colocar paõ branco, agua, cerveja escura, trigo e cevada, dentro da estrela. Cantar ou recitar ponto egipcio.


Ponto

Quando o Sol se levanta no horizonte
Está na hora do seu povo trabalhar,
Os seus raios luminosos são a fonte
Nossa força para vida enfrentar,
Brilha o Sol, Sol brilha, brilha
Clareando os meus caminhos, trilha por trilha (bis)


Isetnefret (Simone)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Algumas ações pelas oferendas...

Nós umbandistas, sabemos que um dos atos ritualísticos mais importan­tes para nós, são as Oferendas que realizamos aos Orixás e aos Guias Espirituais.

Sabemos também, que a nossa maior benção é ter a força da natureza à nossa disposição, afinal ao oferen­dar um Orixá em um ponto de força, além de ativar a Divindade, ativamos também as forças elementais da natu­reza deste local, uma ação dupla de pura Força e Poder.

Portanto, além de termos uma gran­de responsabilidade com a preserva­ção da natureza, temos também a res­pon­sabilidade de saber onde, como e para quem pedir o amparo e a susten­tação em nossas dificul­dades, assim não ativaremos forças contrárias ou des­ne­cessárias às nossas necessi­dades.

Lembrando que em qualquer ofe­renda, além do conhecimento e do bom senso, é imprescindível a Fé e o Amor, o que caracteriza uma verda­deira oferenda religiosa, pois não adian­ta levar uma imensidão de velas, flores e elementos de oferenda se o íntimo estiver cheio de dúvidas, dese­jos de permuta, ou pior, cheio de vonta­des próprias, aquelas que sobressaem à vontade Divina.Saiba que, principalmente no mo­mento da oferenda, o Poder Divino es­cuta seus pensamentos e não suas palavras, Ele sente seu interno e não o seu externo, portanto não queira en­ga­nar o Divino que tudo vê, tudo ouve e tudo sabe.

Material extraído dos trabalhos realizados pelos médiuns do Centro de Umbanda Carismática. Parabéns a todos pela dedicação e carinho junto à Espiritualidade Superior que os assiste.

OXALÁ – oferenda-se Oxalá quando necessitamos fortalecer ou despertar em nosso íntimo os sentimentos de fé, paciência, tolerância, perdão, compaixão. Quando precisamos despertar a esperança e a confiança.

OYÁ – oferenda-se Oyá quando necessitamos despertar ou equilibrar a religiosidade em nossa vida, ou seja, é a Ela que clamamos quando nossa fé ou nossa religiosidade está desvirtuada pelo fanatismo, pela ausência ou até pela má utilização da fé, é Ela que absorve os excessos da fé.
A Ela também solicitamos envolver, purificar e redirecionar, com suas ondas espiraladas, os eguns perdidos no tempo, aqueles espíritos que a tanto tempo vagam no astral, que já se encontram perdidos e com seus mentais vazios, assim sendo, muitos deles tornam-se alvos fáceis das grandes quiumbas que os escravizam e os utilizam para o mal. Além desses tipos de eguns, Ela também recolhe aqueles que nos acompanham por muito tempo, vidas passadas, e que por um sentimento de vingança emocional nos envolve desequilibrando-nos até hoje. Ela é a Dona do Tempo cronológico.

OXUM – oferenda-se Oxum pedindo para Ela amolecer o nosso ou outros corações, a fim de se tornarem mais amorosos, pedimos a Ela que estimule a união através dos sentimentos de amor puro e fraternal. Só através do amor puro é que a ‘verdadeira’ união acontece, e essa união vale em todos os sentidos, profissional, social, familiar, etc. Com essa união, a felicidade, ou seja, a verdadeira prosperidade é concedida a nós. Portanto Ela é a Mãe da Concepção, aquela que tudo concede quando há amor.

OXUMARÉ - oferenda-se Oxumaré quando necessita-se diluir os sentimentos que, por ventura, estão desequilibrados. São sentimentos viciados, portanto são ou se tornarão dolorosos, como exemplo, podemos destacar o sentimento da paixão, do desejo, etc. Importante salientar que algumas vezes não percebemos o desequilíbrio emocional em que nos encontramos, portanto o auto conhecimento se faz necessário, o verdadeiro ‘querer melhorar’ e principalmente a fé. A Ele solicitamos também que renove o nosso emocional, trazendo a pureza dos sentimentos, Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. Ele é um Orixá que ao trazer a cura emocional, automaticamente cura o físico, portanto, oferenda-se Oxumaré também para socilitar a cura.

OXOSSI - oferenda-se Oxossi para que ele nos ajude no raciocínio consciente, ou seja, para que ele nos traga o conhecimento, o esclarecimento e a sabedoria em todos os sentidos da vida. A Ele também solicitamos a coragem, a rapidez, o espírito caçador para as novas empreitadas. Pedimos que sustente nossa caminhada espiritual com sabedoria e que cure nossos mentais desequilibrados. Oxossi é um Orixá guerreiro, que nos traz a força da atitude, a força da vontade, enfim, é o Orixá que nos “traz” aquilo que mais precisamos para evoluir: O Conhecimento.
É um Orixá, que por seu domínio ser as matas e ervas, propicia também a cura, a cura energética e mental.

OBÁ - oferenda-se Obá para pedir concentração mental e quietude racional, ajudando a boa memória e a capacidade de assimilação mental. No entanto, a Ela também solicitamos que nos ajude a eliminar pensamentos negativos ligado aos dogmas e conhecimentos errôneos, pedimos também que nos ajude a esquecer aquilo que nos negativa. Obá, com sua ação discreta e firme, estimula nossa interiorização favorecendo o auto conhecimento e paralisando todas as formas viciadas de conhecimentos.
Essa Orixá nos traz o sentido do “chão firme”, portanto, devemos clamá-la naqueles momentos em que nos encontramos sem chão ou aéreos demais, precisando de concentração e firmeza de pensamento.

XANGÔ - um dos Orixás mais temidos pelo fato de ser Ele o Determinador da Justiça, é Ele que ativa a Lei em nossas vidas, fazendo valer o ponto que diz “quem deve paga, quem merece recebe”. Portanto oferendar Xangô é muito forte e muito especial, é nesse momento que devemos baixar nossas cabeças e permitir que seja feita a vontade de Deus e não a nossa. É esse o “espírito da coisa” – Não se oferenda Xangô para pedir a “nossa” justiça, mas a justiça “Divina”. Infelizmente, isso pouco acontece pois as pessoas estão viciadas em seus desejos e julgamentos e vão logo aos pés do Grande Rei Xangô pedir seus ‘desejos’, o que é um grande erro.
Devemos oferendar Xangô para buscar e pedir equilíbrio entre a razão e a emoção, a justiça, a sensatez, a razão, a determinação e a coragem para recebermos aquilo que merecemos. Pedimos a Ele que nos mantenha sensatos, livres de quaisquer julgamento, tanto os que emitimos quando os que recebemos.

EGUNITÁ – mesmo sabendo que poucos conhecem ou cultuam esse Orixá, fale a pena dizer que Ela é o fogo vivo e divino, portanto a oferendamos quando queremos que essa ação do fogo queime e/ou consuma todas as energias negativas, todos os excessos emocionais e todos os cordões negativos que nos envolvem e envolvem nossas casas. Ela também ajuda a consumir energias de vícios.

OGUM – falar desse Orixá é falar de coragem, lei, ordem, ordenação, retidão, determinação, portanto oferenda-se Ogum para receber em nosso íntimo esses atributos para manifestá-los em nossas vidas, tanto no lado profissional, material, emocional ou espiritual.
Quando o oferendamos pedimos também que nos envolva com sua força guerreira, solicitamos a abertura de nossos caminhos e a proteção de seus Guardiões da Lei.
Ogum não julga nada nem ninguém, pois esta atribuição pertence a Xangô, Ele ‘apenas’ aplica a Lei, portanto oferendar Ogum no sentido de submissão à Lei Maior e a Justiça Divina (ou seja, submissão a Deus) é dar as costas para receber os “chicotes” da Lei. Esses doem, mas são necessários para cessar nossas dividas cármicas, acelerando nossa evolução espiritual. Feliz daquele que tem coragem, amor e fé suficiente para sentir tão grande Poder e Ação, fazendo valer o ponto: “o que se ganha de Ogum só Ogum pode tirar”, portanto, Ogum é quem ativa nossas ‘próprias demandas’ como também, é o único que tem o Poder de ordenar a ‘quebra de nossas demandas’, tudo pela determinação da Lei de Deus.

YANSÃ - oferenda-se Yansã para pedir movimento e direção em todos os sentidos da vida, a Ela solicitamos que nos envolva com sua Força guerreira para nos ajudar em nossas mudanças e conquistas, portanto, a oferendamos quando estamos com nossas vidas estagnadas, quando nos encontramos depressivos, sem energia, sem direção, perdidos e cheios de dúvidas, afinal Yansã é a manifestação da alegria e paixão pela vida e pelo que faz.
Pedimos também, a força e o movimento de Yansã para que envolva e encaminhe todos os eguns (espíritos negativos) que desvirtuam nossa caminhada material, emocional e espiritual direcionando-os aos domínios de Obaluayê/Omulu (kalunga pequena) onde serão conduzidos aos seus lugares de merecimentos, Ela esgota os seres e os redireciona, abrindo novos caminhos por onde evoluirão de forma menos ‘emocional’.
Yansã é a orixá do Tempo climático, Senhora. dos Ventos e dos Raios, Senhora. do Movimento e Direção.

OBALUAYÊ – oferenda-se Obaluayê para pedir que ele nos ajude em nossa evolução espiritual e que nos traga a sabedoria junto com paciência – a sapiência.
Ele é o Senhor das Passagens, portanto é ele que permite a nossa passagem de um nível para outro, isso quer dizer, que é ele que nos conduz, que abre as porteiras, em nossas mudanças de estágios ou graus espirituais, isso quer dizer que é a Ele que clamamos quando nos encontramos estagnados e paralisados. Também é Ele que nos conduz nas mudanças de estado encarnado para desencarnado e vice-versa (ou seja, é ele que acolhe os espíritos que acabaram de desencarnar, assim como, conduz os espíritos que irão reencarnar).
A Ele pedimos para transmutar, transformar, nossos sentimentos, portanto, é Ele que permite e proporciona a cura da alma. Estabilidade, proteção e sabedoria anciã também pedimos a Obaluayê.

OMULU – sabemos que muitos identificam Omulu e Obaluayê como sendo o mesmo Orixás, no entanto, a ação de Omulu é muito mais ativa, pois é um Orixá cósmico, ou seja, atua em nossa vida de forma ativa paralisando nossos desequilíbrios e punindo (caso seja necessário) as terríveis quiumbas que já se encontram de forma super negativadas. Portanto solicitamos a Omulu, o grande Orixá do Fim, para colocar um fim nas ações do baixo astral, um Fim em nossos desequilíbrios emocionais e espirituais, assim como um Fim às dores da alma, do físico e da mente.

NANÃ BURUQUÊ – oferenda-se Nanã para solicitar que Ela decante nossos sentimentos e lembranças negativas, que nos ajude a esquecer as mágoas, o rancor, a dor, etc. A Ela pedimos maturidade e mobilidade para viver em harmonia e com sabedoria.

YEMANJÁ - a grande Mãe da Vida Yemanjá, é ofertada quando precisamos de coisas novas em nossas vidas, pedimos a Ela que gere em nós a vontade de viver, de crescer, de melhorar, etc. Pedimos que Ela gere em nós, e para nós, novas oportunidades em todos os sentidos da vida (material, profissional, emocional, espiritual assim como familiar). Como grande Mãe que é, Ela rege a família, portanto Ela equilibra, apazigua os laços familiares e o sentido “de ser mãe”.
Ela nos favorece suas qualidades geradoras, renovadoras e criasionistas, ou seja, Ela nos permite buscar coisas novas, aguçando nossa criatividade e estimulando nossas percepções.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Iniciação na Visão Umbandista


Todos nós somos espíritos encarnados e, consequentemente, se perecíveis no corpo físico, imortais em nossa essência, que segue sua via evolutiva conforme as Leis Cármicas. Entretanto, ainda estamos muito distantes dos princípios da espiritualidade superior, sendo prova disto a limitação que temos para perceber o Mundo Astral e também a nós mesmos em nossas várias encarnações, sem falar da situação das relações de troca injustas entre humanos e das infames guerras fratricidas.
A Umbanda ensina que sem Caridade não há Salvação e que não se deve esperar a Iluminação sem se desvencilhar do Egoísmo, da Vaidade e do Orgulho.
O caminho preconizado é o da Simplicidade, da Humildade e da Pureza. Uma via longa e penosa quando se pretende sair da Ilusão e, realmente, partir para a conquista destes altos valores do espírito, capazes de nos libertar do obscurecimento consciencial a que estamos submetidos.

Tão difícil é esta via que seria praticamente impossível atingir estes objetivos sem o concurso dos Mestres da Simplicidade, da Humildade e da Pureza, transfigurados nas entidades que baixam nos terreiros de Umbanda. Pela nossa condição moral, não haveria como estes Mestres chegarem até nós, a não ser pela mediunidade.

Assim, médiuns são aqueles espíritos que receberam, antes da presente encarnação, determinados ajustes em seu Organismo Astral e nas suas concepções morais, que possibilitem ceder sua constituição física à comunicação mediúnica, trabalhando em prol da Caridade e da evolução, própria e dos seus semelhantes. Este é um compromisso firmado entre este Ser e os Espíritos da Confraria Cósmica de Umbanda antes do nascimento e que deve florescer de maneira natural ao longo da encarnação do indivíduo.

Atualmente, raros são os médiuns com atividades positivas e ligados a Espíritos com ordens e direitos do Astral Superior. Também o grau de atividade da faculdade mediúnica varia entre os médiuns, de acordo com seu grau consciencial e com a sua experiência ao longo das encarnações exercendo esta faculdade.

Deixo claro que não é necessário ser médium para ser umbandista e a mediunidade não é uma dádiva estendida a “eleitos” ao reino dos Céus. Na verdade, os médiuns são espíritos de alguma forma comprometidos carmicamente com a evolução planetária, na maioria devedores antigos que, em maior ou menor grau, são cientes de seus débitos e trabalham para quitá-los perante a Lei.
Alguns destes médiuns são espíritos velhos no Planeta, que embora possam ter-se desviado, em algum momento, da via justa da evolução, carregam consigo considerável experiência e conhecimento, tanto das coisas do espírito como das forças da Natureza e, principalmente, da psicologia humana. Estes são chamados Iniciados, cada um dentro de seu grau, da Corrente Astral de Umbanda.

A Iniciação é um processo contínuo, que se desenvolve no decorrer de várias e várias encarnações dedicadas a este aprendizado, também não acaba nunca pois é infinita a evolução espiritual e cada minúscula porção de conhecimento trazido por um iniciado deve ser fruto da sua própria vivência orientada por mestres. Sim, cada fio de cabelo da cabeça de um Iniciado é contado…

A Iniciação de Umbanda não é vetada a ninguém, todavia pouquíssimos carregam este selo conferido pelas Hostes do Bem, como um legado cármico. Muitos ainda surgirão, e cada vez de maior porte. Àqueles que iniciam agora a jornada, lembro que muitas vidas os aguardam e cada pequeno degrau é alçado às custas de um esforço indescritível, mas não impossível.

Afirmo que não há, na Umbanda, um Sumo-pontífice, embora respeitemos as religiões que têm tal cargo. Nossos pontífices (pontifex-aquele que constroi a ponte até o Divino) são as Entidades que baixam nos terreiros e nos conduzem à nossa essência em nome de Oxalá.

Sei, igualmente, que as Federações e similares, têm um papel predominante de coligações entre humanos encarnados, sem uma maior representatividade espiritual. No entanto, existe uma tendência de que no decorrer do tempo (talvez décadas ou séculos) comece a haver uma profunda união entre os vários templos de Umbanda, fruto do compartilhamento dos mesmos princípios e diretrizes, adaptados às coletividades de cada terreiro.

No futuro, todos os que dirigem terreiros serão verdadeiros Sacerdotes Iniciados de Umbanda e poderão promover um atendimento aos seus consulentes em uma profundidade compatível com seu grau iniciático, podendo o consulente ser encaminhado a outros templos irmanados de acordo com suas necessidades. Enfim, a Umbanda vem mostrando que os laços eternos são os do Espírito…


DESCONHEÇO O AUTOR
ORDEM INICIÁTICA DO CRUZEIRO DIVINO

Amadas Guardiãs!

P.G. ROSA VERMELHA DA CALUNGA GRANDE




















P.G.MARIA DA PRAIA





















P.G . 7 ONDAS



















P.G. MARIA DO LODO
















MARIA MULAMBO DA FIGUEIRA
















P.G.MARIA PADILHA DA FIGUEIRA































P GIRA 7 ENCRUZILHADAS


Fotos de Claudia Baibich

































































sexta-feira, 10 de julho de 2009

Amaci



O Amaci é um dos primeiros sacramentos da Umbanda para os umbandistas. É a iniciação dos filhos para entrarem no mundo dos trabalhos da Umbanda. Não é o mesmo que batismo, já que este tem como finalidade purificar o encarnado dos pecados anteriores, simbolicamente.

O batismo é como uma limpeza para que se inicie uma jornada nova, é uma opção da pessoa ou de seus pais em viver conforme as leis divinas, aceitando e querendo que a pessoa batizada aprenda a enxergar e a interpretar a luz dos Orixás (de Deus), e pode ser recebido por qualquer pessoa.

O Amaci, por sua vez, é destinado apenas aos filhos que já trabalham na corrente mediúnica, ou frequentam o templo, e tem uma forte vontade e desejo de continuarem como trabalhadores da seara mediúnica umbandista. Ou seja, para aqueles que já têm certa convicção de que o caminho para se iluminarem e levarem luz para os seres vivos , é a Umbanda.
No livro “A Missão do Espiritismo”, psicografado por Hercílio Maes, pelo espírito Ramatis, apresenta um estudo profundo de comparação entre religiões e nos explica, que diferentemente dos irmãos espíritas Kardecistas, que um médium de Umbanda que trabalha diretamente no desmanche de fluidos pesadíssimos emanados da magia negra, em um trabalho corpo-a-corpo que exige proteções fluídicas, como no caso do uso do branco ou das tradicionais guias no pescoço. E o amaci então, tem a função de reenergizar o médium diante de tamanho desgaste físico e espiritual, fortalecendo seu corpo e seu perispírito, bem como fazendo uma conexão com os guias que compõem sua corrente espiritual, em especial seu guia chefe.

O ritual do Amaci (ervas) é desenvolvido de acordo com cada casa, mas em geral observo que todas, estipulam que as as obrigações desses dias está uma dieta controlada abolindo-se completamente as carnes, outras abstinências como sexo e bebidas alcoolicas, banhos diários, entre outras coisas, com dias que podem variar de 3 a 7 dias de antecedencia.
No dia do Amaci, que acontece em gira própria ou em uma gira convencional, o ritual se dá, em suma, por meio de uma lavagem da cabeça, um banho no chacra coronário, trazendo a vibração do Orixá do médium para mais perto desse filho.
Junto com a lavagem que é uma imantação dos chacras, existem outros ritos que têm a finalidade de imantar e harmonizar os chacras bem como os corpos astrais e etérico para a prática mediúnica voltada para a Caridade.

Dessa forma pode-se dizer que o Amaci tem como finalidade:

1) apresentar o filho ou a filha para o seu Orixá como um de seus instrumentos para o exercício de Seu Amor e de Sua Luz;

2) imantar e entregar a coroa do médium para o seu Orixá Ancestral;

3) iniciar o médium como um membro ativo da Umbanda, com responsabilidades e compromissos com os Orixás (compromissos e responsabilidades são amar o próximo, dedicar parte de sua vida para exercer sua religião com amor e respeito e disciplina. Doar suas energias e tempo para o bem de teu próximo, doar seu corpo, mente e alma para promover a caridade - o amor essencial.)

4) manter esse médium assistido e cuidado, já que sua coroa vibrará na intensidade e na força da Casa, sendo alimentado seu chacra coronário constantemente, garantindo mais segurança e harmonia para esse filho ou filha, possibilitando um maior cuidado e zelo do Pai-de-Santo com seus filhos do ponto de vista espiritual.

5) Desbloquear condensações energéticas negativas; Limpar a coroa; Desobstruir o chacra coronário (alto da cabeça), onde as irradiações nos chega de forma vertical, purificando e energizando na vibração do Orixá que está sendo aplicado; Sintonizar a irradiação.

É de suma importância que após sua aplicação o “médium” cubra com um pano branco sua coroa. O amaci é preparado pelo dirigente espiritual, onde o mesmo terá um preceito a ser seguido antes de manipulá-lo.

Existem outras lavagens de “coroa”, que também são utilizados em rituais litúrgicos dentro da nossa religião:

Água do mar; Água da cachoeira; Água da fonte; Água da chuva, etc.

Estas águas “naturais” no seu próprio ponto de força possuem um excelente poder e seu magnetismo é muito forte e é de grande importância para todos nós umbandistas. Sem falar das pétalas de “flores” que são purificadoras e imantadoras de fontes energéticas que nos beneficiam muito na nossa jornada espiritual. Somos “corpo matéria” e necessitamos de elementos “materiais” naturais que nos ajudam a reequilibrar nosso padrão mental.

Entendamos que o Amaci é mais uma benesse para o médium que qualquer outra coisa. É uma firmeza e garantia para os filhos e filhas.O Amaci não é um compromisso de nunca mais sair da Umbanda, não é o fechamento da porta de saída, não é uma responsabilidade que não se possa posteriormente ser desistida. Ou seja, amanhã caso um filho ou filha desejarem sair da Umbanda, ou mesmo sair dessa casa poderão fazê-lo de forma tranqüila e natural.
Assim não é um compromisso para toda a vida, é um compromisso que respeita totalmente o livre-arbítrio.O maior compromisso dos médiuns foi feito antes de seu reencarne, o Amaci é apenas uma primeira confirmação desse compromisso.

Quando for a reinos, leve sempre um recipiente para VOCÊ colher água do mar, da cachoeira, etc. para ter em sua casa. Plante ervas no seu jardim ou vasos, cultue também o poder das ervas e os benefícios das energias vegetais no seu lar.

Enfim beneficie a SI, ajude-se, promova um ambiente tranqüilo, limpo e saudável em sua casa, pois seu lar é o seu templo também, faça defumação, crie um ambiente familiar, harmonioso.

Tenha sempre uma conduta de alegria na sua vida na carne, pois não adianta “fazer obrigações” para os Orixás e não saber praticar no seu dia-a-dia mediúnico. Vamos entender que as práticas liturgicas dentro dos templos, são de responsabilidade do digirente espiritual e que todo dirigente saiba que a melhor Doutrina que existe e sempre estará em pauta é o EXEMPLO E CONDUTA MORAL...
Tenhamos consciência da nossa Evolução !!!


Partes dos texto extraído do livro Código de Umbanda de Rubens Saraceni e outros ja citados .

Beleza de Oxum


BELEZAS DE OXUM


No meio da oração ela surgiu radiante e esplendorosa. Suas roupas douradas lembravam-me o nascer do Astro Rei. Sim, a Mamãezinha do Amor passou por aqui e me convidou a dançar junto dela. Em sua dança cadenciada, o ritmo e o axé do belo fluir dos rios.
Em seu canto, a beleza que não se entende, mas se sente, aos pés de uma cachoeira.E então, meu coração expandiu-se na vibração dessa Mãe e a rosa da compaixão desabrochou.Compaixão pelo mundo. Os homens e mulheres não sabem, mas Oxum canta e dança o tempo todo, e é por isso que a vida é tão cheia de encantos.

Ela é a senhora da beleza e da formosura, do carinho e do alento, da felicidade íntima. Ah, se a humanidade visse, mesmo que uma única vez, as belezas de Oxum, tudo mudaria. Pois as ondas de amor que brotam dessa Mãe, tudo pode mudar...Menina doce, que anima os brilhos dos olhos das crianças. Chama dourada, que infla o amor entre os casais. Mãezinha boa, que chora as dores de seusf ilhos e por eles enche de rosas os caminhos...Em seu corpo, vejo o bálsamo para as dores do mundo. Em seus olhos, aesperança do nascer de um novo dia. Em seu abebê, o símbolo de seu poder. Em suas jóias e brincos, toda beleza do Universo. Em seu coração, o amor que dissolve os mais pesados climas de ódio e vingança. Em sua boca, o canto da paz espiritual de Oxalá.Aspecto amoroso da Mãe Divina, aspecto que concebe. Útero gestador docosmos, eterna dança criadora. Encontro entre o macho-fêmea que procria.Mãezinha Cinda, que flui nas águas doces do planeta.

Mãezinha do ouro espiritual. Senhora dos tesouros imperecíveis do espírito. Menina do pingod'água que refresca a alma.

Belezas de Oxum...

Ah, tantas são suas qualidades e mistérios, que meus olhos não podem a tudo contemplar. Assim como a linha do horizonte, e a imensidão do firmamento, Tu És infinita em Si. Quantos mundos residem em Teu ventre,

Mãe? Quantas vidas a testemunhar-se dos teus olhos? Quantas estrelas ainda brotarão de Teus belos lábios?Cada palavra de Olorum faz surgir um Orixá. E foi em um canto misericordioso e bondoso que o Pai-Mãe da Criação manifestou-Te.

Desse dia, pouco se sabe, mas o coração do poeta sente, que então o primeiro sorriso foi dado e as belas palavras de amor surgiram.A poesia estava inventada e a música finalmente seria tocada. Juras decarinho eterno cobririam o mundo e a singela voz de um colibri a todos encantaria. Pois é Ela, Oxum, quem inspira a linguagem do coração. E apenas por Ela, tudo isso pode existir...

Aye yê eram as palavras que os antigos yorubanos utilizavam para saudar-Te.

Foram as pretas-velhas quem preservaram e trouxeram a tradição. Foram asCaboclas que levaram sua presença a todos os templos. Foram as Pomba-giras que nos ensinaram seus mistérios. E foi na linha das crianças, que a mais bela de suas flores desabrochou.

Ah, Mamãe do manto dourado... Cobre de bênçãos esse planeta!

Nem todos ainda Te conhecem, mas Tu, ó bela Cinda, residi em todos. Nem todos Te amam, mas Tu, Ó Oxum, a todos ama. Nem todos Te prestam culto, mas Tu, Ó Apará, protege todos que tem coração puro. E é por isso que os animais te amam, e as flores e árvores prestam-lhe culto no silêncio. Nem todos podem escutar seu canto, ó Mãe, mas o planeta escuta e por ele continua a viver.

Cinda, Oxum, Menina ou Mamãe... Nascida das juras de amor que Olorum fez à Criação.

Por favor, nunca deixe de encantar e cobrir essa Terra de Orixá,com a sagrada benção de suas belezas...Ayeyê, Mamãe...Ayeyê, Oxum!


Por: Alex de Oxossi

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Oxumaré- Parte II













O MISTÉRIO "SERPENTE DO ARCO-ÍRIS"
A serpente como símbolo encerra em si tantos mistérios da natureza que não há como esgotá-los. Poucos animais desfrutam de uma simbologia tão extensa e rica como ela, pois no sentido mítico, no esotérico e no psicológico, praticamente todas as suas características representam algo: a troca de pele todo ano, a língua ameaçadora, o movimento sinuoso, a capacidade de hipnotizar pequenos animais, envolvê-los com seu corpo e matá-los, seu veneno mortal, sua capacidade de sobreviver em diferentes meios (na terra, na água, nas praias, montanhas, desertos e florestas). É um animal ctoniano (subterrâneo ou infernal) e misterioso; pode significar um(a) rival ou instruir os homens nos mistérios divinos.

O símbolo religioso Arco-Íris divino era cultuado pelos antigos magos caldeus, que o receberam como herança religiosa da antiga civilização veda, que o recebera de outra civilização ainda mais antiga. O culto à serpente é imemorial e aparece em diversos povos, como egípcios, gregos, romanos, daometanos, bantos e muitos outros. No passado remoto, ela era símbolo de cura e não de morte. No Ocidente, esse animal é símbolo da malícia e da traição e dos conteúdos do inconsciente, na linguagem psicológica. Os romanos veneravam o destino, sob a forma de uma serpente. Na tradição Oriental, a serpente é apontada como prudência e sabedoria, é associada à sexualidade e representa a energia kundalini, os sábios e os iniciados. Os hebreus consideravam as serpentes as guardiãs do templo e em sua mitologia arcaica elas eram os Serafins. No zodíaco chinês é o sexto signo. No Egito, os faraós, nos rituais especiais e em comemorações religiosas, ostentavam o símbolo sagrado "uraeus", um tipo de coroa de ouro com uma serpente naja na parte frontal, símbolo da iniciação e da sabedoria oculta.

Cleópatra, a rainha do Egito, era sacerdotisa do culto à serpente e todos os seus pertences e adornos tinham formato de cobras e similares.Helena Blavatsky, ao fazer referência aos pais da astronomia mística e da cronologia, fala de Nârada ou Pesh-Hum (mensageiro), um antigo Rishi védico, executor e confidente dos decretos universais de Karma e Adi-Buda. É o poder inteligente que impele e dirige os ciclos; é o ajustador do carma, numa escala geral, com a finalidade de dirigir o progresso e a evolução universal. Ele é um dos poucos que visitam as regiões inferiores e aprendeu tudo o que sabe com a Serpente de Sete Cabeças.Cita, também, as criptas subterrâneas de Tebas, no Egito, que se estendiam para o deserto da Líbia, e eram conhecidas como as catacumbas ou passagens da Serpente. Ali eram realizados os sagrados mistérios do Kuklus-Anagkês (ciclo inevitável) ou 'círculo da necessidade', destino inexorável de toda alma depois da morte corporal.
O culto à serpente se intensificou no antigo Dahomei, na África ocidental, e lá, Dã, a serpente sagrada, transformou-se no maior símbolo religioso do povo da região. Os yorubás chamaram essa mesma divindade de Oxumaré ou a Cobra Arco-Íris. Segundo o livro O Código de Umbanda, de Rubens Saraceni, Pai Oxumaré, há muitos milênios, regeu uma religião fundamentada nos sete sentidos da vida (as sete irradiações divinas) ou as sete cores do arco-íris, que era de grande alcance. O símbolo sagrado "serpente do arco-íris" "pertenceu à era onde a religiosidade era transmitida pelos magos da natureza. Nas sete cores do arco-íris eles sintetizavam os sete sentidos da vida, em suas inúmeras formas de manifestação: a Fé, o Amor, o Conhecimento, a Razão, a Lei, o Saber e a Geração. A "serpente do arco-íris" tem como significado "a união de todos os sentidos num só, que é o princípio luminoso que preside a evolução da espécie humana", o encontro dos sentidos humano e divino. (Rubens Saraceni, Os Templos de Cristais).

"Um Orixá natural envia para a dimensão humana um de seus tronos ou 'intermediários', onde ele encarna, fundamenta todo um conhecimento religioso, acolhe seus afins que ali estão encarnando ou reencarnando e cria todo um culto de adoração a um orixá natural. Com todos os orixás as coisas aconteceram do mesmo jeito: cada uma das linhas de força enviou, no seu devido tempo, seus intermediários e estes iniciaram todo um culto religioso afinizado com o orixá regente natural de sua linha de origem." ..."Quando uma divindade se 'humaniza', tem início uma religião ou um novo culto religioso". (Rubens Saraceni, O Código de Umbanda).

Não pretendemos fazer referência à todas as culturas que tiveram ou têm na serpente um dos seus mitos ou um de seus mistérios, pois a lista seria muito longa e desnecessária. Apenas indicamos alguns exemplos, para ilustrar a presença do orixá Oxumaré em diversas culturas, desde tempos remotos, mesmo que com outros nomes.


CABOCLOS ARCO-ÍRIS E EXUS SETE COBRAS


No ritual sagrado umbandista, o divino Pai Oxumaré atua nas sete irradiações como elemento renovador, regente do mistério "Arco-Íris" e tem toda uma hierarquia positiva de caboclos e caboclas Arco-Íris. Eles se manifestam na Umbanda através do mistério da Fé, pois todo caboclo Arco-Íris é um semeador da fé. O orixá Oxumaré tem, ainda, uma hierarquia mista, que em seu aspecto positivo forma a linha de caboclos Sete Cobras, que agem em todas as irradiações positivas e em seus pólos ativos. Em seu aspecto negativo, essa hierarquia mista forma a linha dos Exus Sete Cobras, que atuam em todas as irradiações cósmicas; eles são aspectos negativos do mistério Sete Cobras, mas são regidos pelos outros orixás.

"Em verdade não existe um Exu Cobra, mas tão somente um aspecto negativo de Oxumaré que, junto com os aspectos cósmicos dos outros orixás, no Ritual de Umbanda Sagrada, foram todos reunidos sob o nome de "Exu". ..."Os orixás apenas sintetizaram numa só divindade cósmica (Exu) todos os seus aspectos negativos." (Rubens Saraceni - Orixás-Teogonia de Umbanda).


MISTÉRIO OXUMARÉ - "SETE COBRAS"


1) ASPECTOS POSITIVOS OU AMPARADORES REGÊNCIA 2) ASPECTOS NEGATIVOS OU PUNIDORES






1º SERPENTE BRANCA- OXALÁ 1ºCOBRA NEGRA-OMULU

2ºSERPENTE CORAL- XANGÔ 2° COBRA RUBRA- (KALI YÊ)EGUNITÁ


3°SERPENTE AZUL-YEMANJÁ 3ºCOBRA RAJADA- IANSÃ

4ºSERPENTE DOURADA-OXUM 4ºCOBRA CINZENTA- OBÁ

5ºSERPENTE VERDE- OXÓSSI 5º COBRA DE DUAS CABEÇAS -NANÃ BURUQUÊ

6ºSERPENTE VERMELHA-OGUM 6º COBRA ALADA-OÍA

7ºSERPENTE ROXA -OBALUAIYÊ 7º SETE COBRAS- OXUMARÉ


Os mistérios positivos são regidos por orixás universais e assumem cores irradiantes. Os mistérios negativos assumem cores absorventes e são regidos pelos orixás cósmicos. Os temos "serpente" e "cobra" simbolizam as qualidades afins com os campos vibratórios dos orixá e não a conotação de réptil.

No livro Código de Umbanda, mestre Rubens Saraceni escreve que "existe toda uma dimensão natural reservada às 'serpentes'. Mas, elas são criaturas encantadas que não comem e se alimentam das energias elementais ali circulantes. Elas não atacam quem entra na dimensão onde vivem. Muito pelo contrário, fogem de quem estiver vibrando ódio ou rancor e aproximam-se, felizes, de quem estiver vibrando fé e amor."Essa dimensão atende uma das vontades do Divino Criador e é dela que saem as 'almas' que animam os corpos físicos das serpentes que nascem no plano material, que a ela retornam assim que morrem, tomando uma direção diferente da que tomam os espíritos, inclusive em nível evolutivo, pois, após uma 'alma' ofídica fortalecer seu corpo energético no plano material, é enviada a outro orbe planetário, onde, num estágio posterior, servirá à criação divina que lá existe". Conforme as obras do citado mestre Rubens Saraceni, os mistérios da criação encerrados no arco-íris, com suas sete cores, estimuladores da religiosidade nos seres humanos, nunca foram esgotados no plano material.

Justamente por isso, esses mistérios e esse símbolo foram absorvidos pelos regentes planetários e são irradiados pelo Setenário Sagrado, através das religiões naturais. Com suas cores, os sagrados orixás, sintetizam o Arco-Íris sagrado.


A COBRA CORAL

Na Filosofia oculta, o espírito da vida e da imortalidade era simbolizado pela serpente mordendo a sua cauda, formando um círculo (uroborus).



A serpente que morde o próprio rabo é a cobra-coral, multicolorida, venenosíssima e devoradora de outros ofídios. Esse símbolo, que se perdeu no tempo, mas ainda é encontrado no esoterismo mágico, pertenceu aos já citados magos que receberam há muitos milênios a missão de revitalizar no plano material a tradição do Arco-Íris Sagrado.


No decorrer das eras religiosas, os símbolos sagrados vão sendo substituídos por outros, mas não perdem suas funções. Seus aspectos positivos e negativos permanecem adormecidos e despertam de tempos em tempos, para recolher espíritos retardatários que permaneceram no ciclo reencarnatório. Esse símbolo mágico, a cobra-coral, foi trazido ao plano material há muitas eras e jamais foi recolhido à faixa celestial.


Na Umbanda, está representado pela hierarquia espiritual de caboclos e exus Cobra-Coral. Dizem os magos "que quando a Lei solta uma de suas serpentes mágicas, nem a própria Lei consegue recolhê-la sem antes matá-la. Como a Lei não mata nada, muito menos um de seus mistérios mágicos por excelência, a Coral da Lei continua ativa.


"Afinal, a Cobra-Coral da Lei é a única serpente (simbólica) que consegue anular a grande Cobra Negra sem ter de matá-la: apenas a devora e incorpora seu veneno nas suas listas negras, tornando-se, assim, ainda mais poderosa. "Todo aquele que tiver uma 'coral' à sua direita está sendo amparado pela Lei. E quem a tiver à sua esquerda, pela Lei está sendo vigiado". (Rubens Saraceni, O Código de Umbanda).


A SERPENTE DOURADA

Em uma era fora do alcance da História, foi aberto ao conhecimento humano o símbolo Serpente Dourada e, também, jamais foi recolhido. Ela simboliza o saber puro e é a única que consegue eliminar a Serpente Negra, a ignorância, sem sofrer qualquer contaminação."Todos interpretaram, no decorrer dos séculos, que os egípcios adoravam a serpente. Eis um símbolo revelado agora aos falsos sábios e cegos magos, com a permissão dos vinte e um guardiões da Lei.

A Deusa Dourada, adorada no Egito, nada mais é do que o saber, o conhecimento sobre os mistérios. O saber era e é para os magos da luz como a Serpente Dourada: a quem ela pica, ou dá a vida ou mata por envenenamento."

Eis o seu mistério. Conhecimento: 'Quem conhece não teme e quem sabe ensina", no ascendente. No descendente, diz: 'O saber pode levar à loucura.' ... Quando Eva foi tentada pela serpente no paraíso, deu a vida a um povo. Foi por amor que ela foi picada.

Os sábios puseram uma maçã no meio para simbolizá-la. Aquele que for tentado pelo amor aos símbolos sagrados viverá. Os que forem tentados pelo ódio à Deusa Dourada, à sabedoria, não frutificarão. Resta a cada um ver se será picado para viver ou para morrer." (Rubens Saraceni, Hash Meir, O Guardião dos Sete Portais de Luz).Esse símbolo serpente dourada ou deusa dourada "predominou até a vinda de Akenaton, faraó egípcio, que a substituiu pelo saber do amor e lançou as sementes que germinariam com a vinda do divino mestre Jesus Cristo à Terra". (R. Saraceni, Os Templos de Cristais). Mas, o símbolo permaneceu. O deus Aton, o Divino Criador, Senhor do Céu e da Terra, tinha por símbolo um disco solar, com uma serpente enrolada ao seu redor, portando no pescoço a "chave da vida". A serpente, então, estava ligada à idéia das metamorfoses incessantes pelas quais o homem profano passa e que o iniciado controla.


AS SERPENTES NAS ESFERAS CÓSMICAS
O magnetismo de Oxumaré, ao atuar na vida do ser, "obedece a uma irradiação semelhante às ondas de rádio, que são sinuosas como o rastejar das serpentes. É do tipo de irradiação magnética de Oxumaré que adveio o sincretismo ou identificação com as serpentes. ... Ele rege, com seu magnetismo ondeante, uma dimensão toda ocupada por criaturas que se movimentam como nós vemos as nossas serpentes no solo: sempre ondeando!

"Uma onda fatoral divina é tão completa em si, que rege todas as coisas originadas em sua qualidade; influi sobre a formação de tudo o que tem nela sua origem; alcança tudo e todos em todos os quadrantes do universo, ou da tela plana, que demonstra o lugar ocupado por cada divindade e está presente na vida de todos os seres." (Rubens Saraceni, Gênese Divina de Umbanda Sagrada).


A parte positiva de um fator rege sobre os seres e a razão e a parte negativa rege sobre os instintos e sobre as criaturas que normalmente chamamos de animais irracionais. Por isso, cada orixá tem os seus animais, que em verdade são criaturas instintivas geradas por Deus em suas ondas fatorais."As energias circulantes nas esferas cósmicas (trevas ou inferno), são essencialmente 'humanas', e por isso estimulam os sentidos fazendo com que o latejar íntimo, e até reprimido ou ocultado, vá se dimensionando de tal maneira que em pouco tempo o espírito, antes com sua aparência humana, alterado pelo emocional sobrecarregado, exploda nas mais desumanas aparências. Onde o ser é o que aparenta ser, as desigualdades se acentuam e a moral nivela a todos por baixo. Vítimas e algozes são prisioneiros do meio onde a lei automaticamente os reuniu e aprisionou. ... Desta prisão só sairão quando esgotarem seus acúmulos de energias negativas, anularem seus emocionais, descarregarem em meio aos mais terríveis tormentos seus sentimentos íntimos viciados e viciadores, e o principal: voltarem suas mentes e sentimentos para Deus e para o alto.

Deus é a lei, e foi a lei que ali reteve o ser em desequilíbrio que, devido ao seu magnetismo negativo e seus sentimentos viciados, para a luz não poderia ser conduzido, uma vez que nela não se sustentaria."Nas esferas cósmicas espíritos humanos podem ser aprisionados em corpos plasmados, regredidos à aparência de animais. É comum encontramos cães, serpentes etc ... nos sombrios domínios da lei nas trevas. ... Tais aparências plasmadas ... são abrigos da lei que o auxiliarão até que, apto a retornar ao convívio com espíritos equilibrados, venha a estar."Deus, bondade pura, não castiga ninguém, apenas recolhe na aparência plasmada de uma serpente rastejante os espíritos que, tendo membros, foram para seus semelhantes muito mais perigosos que as mais venenosas serpentes". (Rubens Saraceni A Tradição Comenta a Evolução)


Arroboboi Oxumaré !!!

Fonte : livros citados e Oxumaré-Lurdes de Campos Vieira -Ed.Madras

Oxumaré- Parte I



Eu digo que é uma grande benção ser renovada por esse pai muito amado! E muitas vezes não nos damos conta das renovações que entram em nossa vida, pois as vezes são sutis outras nem tanto, mudanças , renovações e abertura de campos e tempos novos na vida das pessoas, eis nosso Grande Pai Oxumaré atuando, reformulando, renovando conceitos, dogmas, religião, a vida em si !!! Quando estamos estagnados, ou impedidos de crescer e evoluir por algum motivo tanto interno quanto externo, esse Divino Orixá entra em ação, nos recolocando no caminho correto, onde muitas vezes nem imaginavamos que um dia estaremos. Eu posso falar por mim , que sei dessa atuação maravilhosa desse meu Pai. E o minimo que posso fazer para agradecer tantas bençãos, é falar sobre meus Sagrados Orixas, que são as manifestações Vivas e Divinas, exteriorizadas pelo nosso Pai Criador. E hoje com mais claridade na minha vida, sobre mim mesma, posso me compreender e entender, por que sou como sou, e assim quero de alguma forma, poder incentivar a todos a buscarem seu encontro com o seu interior que está no nosso Criador e abrirem suas mentes na busca do saber ! Que todos possam se despir de tabus, dogmas, preconceitos e compreender que Olorum está na totalidade, e que, o que nos impede de crescer e evoluir são essas limitações que nos impomos ou aceitamos . Salve meu Pai Tão Amado, Oxumaré !

Oxumaré é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos seres, em todos os aspectos.Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a segunda linha de Umbanda.
O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.
Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses é fêmea.Seres humanos com má-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental: com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou feminina, e que regem alguns sentidos dos seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.

Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa, ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.

Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? "Quem não souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o aprisionará num diletantismo materialista!"
Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da "mais valia". E também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para usar em seu próprio benefício, ou de sua "igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e adorá-Lo de graça! Certo?

Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador.

Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto. Ou não é comum os testemunhos dados pelos neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas, que dizem quase todos isto:"Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!". Sem dúvida, concordamos nós. Mas... porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu inicio ao mau uso do que aprendia dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses, etc.
E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé, foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao reformatório religioso de Jesus Cristo.Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é passada pela Igreja Católica.
Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá, mesmo depois de desencarnar.

Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem um mistério escuro chamado por nós de "Sete Cobras" ou "Sete Caminhos Tortuosos", que é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda, que é a linha do Amor ou da Concepção.
Divindades: Oxumarê

Linha: Mineral


Pedra: Opala, fluorita, cianita azul


Irradiação: Amor


Vela/Cor: Branca ou Azul Celeste


Sincretismo: São Bartolomeu


Saudação: Arroboboi!


Ponto de Força: Cachoeira


Oferendas/Rituais


Pai Oxumaré: Velas branca, azul claro, verde, dourada, vermelha, roxa, marrom, amarela (amarradas todas juntas), melão, champanhe rose, maracujá, fitas coloridas, flores do campo. Pode oferendá-lo numa cachoeira.

Salve amado Pai !!!